Pacientes começam a receber atendimento pelo Saúde Já

Os primeiros pacientes beneficiados pelo Saúde Já começaram a ser atendidos nesta quinta-feira (02/03), no ambulatório de Dermatologia do Hospital Evangélico, em Curitiba. Cerca de 600 pacientes foram avaliados neste primeiro dia de ação do programa lançado em 21 de fevereiro pelo prefeito Rafael Greca. O Saúde Já prevê um investimento municipal de R$ 12 milhões e tem a perspectiva de beneficiar 150 mil pessoas diretamente, com ações para diminuir o tempo de espera nas filas por exames, consultas e cirurgias de especialidades. “Aqui a fila anda, saúde é prioridade para a nossa gestão. Deixamos isso claro na campanha e não ficamos só no discurso. Com o Saúde Já começamos a devolver a qualidade na saúde que os curitibanos merecem.”, afirma o prefeito Rafael Greca. Dermatologia e Pequenas Cirurgias A primeira especialidade contemplada pelo Saúde Já é Dermatologia e Pequenas Cirurgias. O objetivo é solucionar de maneira mais célere a fila de 15.810 pessoas que aguardam consultas dermatológicas e 4.260 para realizar pequenas cirurgias. Sem a ação continuada do Saúde Já, o tempo médio de espera chega a dez meses para consulta e 19 meses para a cirurgia. Os pacientes que estão na fila estão sendo convocados pelas unidades de saúde e, depois de uma avaliação, são agendados para o mutirão, que começa em 9 de março, no caso da Dermatologia. A avaliação iniciada nesta quinta-feira serve para entender cada demanda e equacionar a agenda do mutirão da melhor forma possível, melhorando o atendimento e racionalizando o tempo. A aposentada Maria José Belino, 83 anos, conta que nem acreditou quando recebeu a ligação do posto de saúde avisando que ela seria atendida. “Fiquei muito feliz e nem esperava mais, porque eu estava aguardando ser chamada para consulta há um ano já”, afirma Maria José. Já o gesseiro Ari Bertes Lemes, 57 anos, conta que a espera por uma consulta dermatológica chegou a 3 anos. “Eu já tinha até esquecido que tinha entrado na fila”, diz. Lemes faz hemodiálise três vezes por semana e, com o que ele acredita ser efeito colateral do tratamento, viu surgir no braço alergias e feridas. “Agora, com esse mutirão, vou conseguir finalmente tratar isso”, afirma. A zeladora ZumiraSimioni, 61 anos, resume o sentimento de receber a ligação para marcar o seu atendimento da avaliação no mutirão, depois de tanto tempo de espera. “Eu me senti cuidada”, diz ela. “Eu tenho manchas que poderiam ser câncer de pele, por isso é importante esse acompanhamento.” Agenda As outras especialidades terão uma sistemática parecida ao da Dermatologia. Na área de Cardiologia, o mutirão começa dia 16 de março, no Hospital do Idoso Zilda Arns. Nesta especialidade, a fila a ser equacionada para a consulta é de 6.066 pessoas, com tempo médio de espera de quatro meses. Só para o exame de ecocardiografiatranstorácica, por exemplo, a demora chega a 25 meses. A proposta é que no mutirão, tanto a consulta, como o exame, sejam feitos no mesmo momento. “Queremos evitar que o usuário saia de uma fila e tenha de entrar em outra para fazer um exame. É inadmissível que o cidadão tenha que, após aguardar meses por uma consulta, esperar mais 25 meses para realizar um exame. Vamos solucionar isso. Estamos fazendo um esforço continuado para equacionar as filas de forma rápida e para que elas não voltem a se formar”, diz o secretário municipal da Saúde, João Carlos Baracho. Um mutirão só para Exames Complementares, como raio-x, ultrassonografia, ressonância, está previsto para 30 de março. Com uma fila de espera média de 24 meses, são 25.418 pessoas aguardando atendimento. No dia 6 de abril está programado também o mutirão para a Ortopedia, área com a maior demanda reprimida. Há 25.405 pessoas na fila aguardando e o tempo médio de espera chega a 22 meses, sem o Saúde Já. No caso de cirurgia de cotovelo, a espera chega a 82 meses. O quinto mutirão programado é o de cirurgia vascular. Com 11.098 pessoas aguardando atendimento, o tempo de espera costuma ser de 20 meses. Laboratório Dos R$ 12 milhões investidos no Saúde Já, R$ 10 milhões serão direcionados à ação continuada de mutirões e R$ 2 milhões serão destinados à Revitalização do Laboratório Municipal de Curitiba. Com o desequilíbrio orçamentário na saúde na gestão de Gustavo Fruet, fornecedores de reagentes e insumos estavam sem receber – alguns, inclusive, com pagamento em aberto desde 2015. Sem receber, houve interrupção do abastecimento, o que levou a gestão passada a criar cotas de exames para as unidades de saúde. Com isso, os usuários passaram a ter de esperar até três meses para fazer um exame laboratorial. Agora, os exames serão marcados e processados com celeridade, de um dia para o outro ou uma semana, no máximo, a depender do tipo de exame. Entre os exames mais solicitados no Laboratório Municipal e que tinham fila de espera estão: Glicose, Hemograma, Parcial de Urina, Colesterol, LDL, HDL, Triglicerídeos, Creatina, TSH, Cultura de Urina. “Não podemos aceitar que o usuário tenha que esperar até três meses para realizar exames tão simples”, afirma Baracho. Com a revitalização do laboratório, a expectativa é solucionar a demanda reprimida herdada da gestão anterior de 330 mil exames, em dois meses. Ao todo, R$ 1.419.000 será direcionado ao pagamento de dívidas com fornecedores deixadas pela gestão anterior, para que voltem a fornecer, e R$ R$ 558.700 aplicados na compra de reagente e insumos para o laboratório. Data de início dos mutirões do Saúde Já: • 9 de março - Mutirão de Dermatologia e Pequenas Cirurgias de Pele Local: Hospital Evangélico • 16 de março - Mutirão de Cardiologia Local: Hospital do Idoso Zilda Arns • 30 de março - Mutirão de Exames Complementares Local: a confirmar • 6 de abril – Mutirão Ortopédico Local: a confirmar • 27 de abril – Mutirão Vascular Local: a confirmar